Quando inventei de conhecer a Escandinávia em agosto/2017, montar o roteiro foi uma das coisas mais difíceis de fazer. São tantas cidades, tantas belezas, mas um lugar diferente me chamou a atenção. Quando achei essa matéria da Chicken or Pasta, bati o martelo e decidi: iria conhecer Marstrand, a Cote D’Azur escandinava.
MARSTRAND
Formanda por duas ilhas, Marstrandsön e Koön, Marstrand é um lugar super concorrido durante o verão sueco. Com uma média de 1.500 habitantes, é uma daquelas cidades que você percorre tudo a pé em poucas horas. Por sinal, se você gosta desse estilo de cidade pequena e charmosa, não deixe de conhecer Sigtuna, a cidade que deu origem à Suécia. Fica pertinho de Estocolmo.
Marstrand fica na costa oeste, a 45km de Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia. Eu estava viajando com 3 amigas e nossa opção foi nos hospedar em Gotemburgo e fazer um bate e volta de Marstrand. Não vimos necessidade de dormir lá, mas se for na altíssima temporada talvez esteja mais movimentado e valha a pena.
Apesar do conhecido clima frio da Suécia no inverno, as águas de Marstrand raramente congelam, tornando-a um destino muito procurado por velejadores mesmo fora da alta temporada.
Você vai reparar que por todo litoral sueco existem muitos barcos. Muitos mesmo. Não pense que é porque todo mundo é rico e gosta de ostentar. Ter um barco é uma questão cultural e navegar é um programa que todo mundo gosta de fazer por lá.
COMO CHEGAR
Partindo de Gotemburgo, a melhor opção é ir de ônibus. Na Estação Central, procure o guichê da empresa Västtrafik. O ticket custou SEK 68. Pelo horário que compramos, nossa alternativa foi ir de trem até Ytterby e de lá pegamos o ônibus até Marstrand. A volta foi de ônibus direto para Gotemburgo.
Como falei lá em cima, Marstrand é uma ilha e você também precisa pegar uma balsa. Ela sai a cada 30 minutos (pelo menos na data que fomos) e custava SEK 29 round trip.
Nota: a cotação na época estava €1 = SEK 9,02.
O QUE CONHECER
Marstrand não é daquelas cidades com milhares de pontos turísticos. O encanto da cidade está nas casinhas de madeira, trilhas que rodam toda a ilha e ruas gostosas para passear sem pressa.
Não espere encontrar praias com extensas faixas de areia por ali. A ilha é praticamente toda formada por pedras e o hobby dos turistas é fazer picnics e tomar banho de sol. Lá no site do Chicken or Pasta falam sobre uma praia de nudismo, mas admito, não reparei na existência dela.
Um evento mega badalado é a regata Match Cup. É uma das principais competições do país e leva uma infinidade de turistas à região. Ela acontece geralmente em junho e o divertido é arrumar seu cantinho numa pedra com seus comes e bebes e assistir toda essa movimentação de camarote.
Não vai para lá na época da regata? Não tem problema! Além da fofura, Marstrand conta com um ponto turístico bem interessante, a Fortaleza de Carlsten.
VISITANDO A FORTALEZA DE CARLSTEN
Ponto turístico de respeito é visto desde o momento que você desembarca do ônibus e dá aquele confere na cidade. A Fortaleza de Carlsten fica localizada no ponto mais alto da ilha e, preciso nem falar, visitá-la é obrigatório a quem vai à Marstrand. A entrada custa SEK 95 e você recebe uma folha com todas as explicações em português.
Contando um pouquinho da história, em 1659 rolou uma guerra pela região e os noruegueses atacaram Marstrand. A fortaleza já existia, mas não nas proporções atuais e esse ataque estimulou sua ampliação. O povo ficou de boa até 1677, quando a Noruega e Dinamarca se juntaram e meteram bala em Marstrand. Os dinamarqueses dominaram a região até 1720, ano que devolveram a fortaleza à Suécia. A fortaleza, como é vista hoje, só foi finalizada em 1860.
Entre os prisioneiros que passaram por ali, o Lasse-Maja foi, sem dúvidas, o mais famoso ladrão de todos. Ele foi preso em 1813 e condenado a trabalhos forçados perpétuos. Começou como carregador de pedras, mas foi promovido a cozinheiro. Em 1839 foi perdoado pelo rei Carl XIV Johan.
Curiosidade: os chamados “trabalhos forçados de Marstrand” foram introduzidos como uma pena na lei sueca e o número de prisioneiros aumentou muito na região. Para a construção da fortaleza, usou-se mão de obra prisional e, diz a história, a mortalidade desses trabalhadores aumentou em 20% por conta do trabalho no frio.
Vou te contar que não é muito fácil andar por ali. O mapa é bem fora de proporção e cada porta é uma surpresa. Você vai andando e descobrindo novos lugares, novos cômodos e lindas vistas para a cidade. Admito que no final tivemos um pouco de dificuldade para achar a saída, mas cá estamos, sãs e salvas!!
As visitas podem ser feitas durante todo o verão, inclusive com possibilidade de visitas guiadas. No resto do ano ela fica aberta nos fins de semana (se o tempo permitir). Para visitar em grupos nos outros dias da semana é necessário agendamento prévio.
OUTRAS INFORMAÇÕES
- Tem restaurantes bem gostosinhos por lá. Comemos no Marstrand Wärdshus e estava uma delícia. Os pratos giram em torno de SEK 190 e recomendo muito a sopa/creme de mariscos (perfeita!!);
- Não circula carro na ilha. Se esse for seu meio de transporte, ele ficará estacionado perto de onde o ônibus chega, tendo que pegar a balsa a pé e pagar estacionamento;
- Mais informações sobre a cidade, basta visitar o site oficial de Marstrand (em inglês).
Também conheça outras cidades incríveis pela Escandinávia!